Nós, israelenses, vivemos em um mundo de fantasmas e monstros. Não lutamos contra pessoas ou organizações reais, mas contra diabos e demônios que querem nos destruir. É uma guerra entre os Filhos da Luz e os Filhos das Trevas, entre o bem absoluto e o mal absoluto. Assim vemos as coisas, e o outro lado também as vê assim.
Tentemos trazer essa guerra das esferas virtuais para a terra firme da realidade. Não pode haver política racional, sequer pode haver discussão racional, se não conseguirmos escapar do reino dos pesadelos e do horror.
Depois da vitória do Hamas nas eleições palestinas, o Gush Shalom (Bloco da Paz) afirmou que devemos conversar com eles. Aí vão algumas das perguntas que choveram sobre mim, de todos os lados:
- Você gosta do Hamas?
Absolutamente não. Tenho fortes convicções seculares. Oponhome a qualquer ideologia que misture política e religião, seja judaica, muçulmana ou cristã, em Israel, no mundo árabe ou nos Estados Unidos.
Isso não me impede de falar com o Hamas, como falei com muitas pessoas com as quais não concordo. Isso não me impede de visitar suas casas, trocar ideias com eles e tentar entendê-los. Gostei de alguns, de outros não.