depois do assassinato de Itzhak Rabin, acreditava que a "liquidação" lhe traria popularidade e o reelegeria. Aconteceu o contrário: o Hamas reagiu com uma série de atentados suicidas impressionantes e levou Binyamin Netanyahu ao poder.
Fathi Shikaki, líder do Jihad Islâmico, foi "liquidado" em 1995 por um ciclista que o matou numa rua de Malta. A organização, que naquela época era pequena, não foi destruída; ao contrário, cresceu por intermédio de suas ações de vingança. Hoje esse é o grupo que está lançando foguetes Qassams contra a cidade de Sderot.
Khaled Mash’al, líder do Hamas, foi quase "liquidado" numa rua em Amã com uma injeção de veneno. A ação foi descoberta, os perpetradores foram identificados e um furioso rei Hussein obrigou Israel a fornecer o antídoto que lhe salvou a vida. Os "liquidadores" foram trocados pelo Sheikh Ahmad Yassin, fundador do Hamas, que estava preso em Israel. Resultado: Mash’al foi promovido e hoje é o principal líder político do Hamas.
O próprio Sheikh Yassin, paraplégico, foi "liquidado" num ataque com helicópteros, quando deixava uma mesquita, depois da oração. Uma tentativa anterior, de bombardear sua casa, havia fracassado. Yassin tornou-se um mártir aos olhos de todo o mundo árabe e, desde então, serve de inspiração para centenas de ataques do Hamas.
O denominador comum de todas essas e muitas outras ações é que não prejudicaram as organizações dos "liquidados", mas se voltaram contra Israel como bumerangues. E todas geraram terríveis ataques de vingança.
A decisão de executar uma "liquidação" lembra a decisão que levou ao início da Segunda Guerra do Líbano: nenhum dos decisores se importa com o sofrimento da população civil que inevitavelmente se torna vítima da vingança."
Por que, então, as "liquidações" são executadas?
A resposta de um general indagado sobre o tema: "Não há uma resposta clara para esta pergunta".