foram disparados da Faixa. Então o bloqueio funciona! Ehud Barak é um gênio!

Mas no dia seguinte, quando 17 Qassams atingiram Israel, a alegria sumiu. Políticos e generais israelenses estavam fora de si: um político propôs "ações mais loucas do que as deles"; outro propôs "bombardear a área urbana de Gaza indiscriminadamente, em represália a cada Qassam disparado"; um famoso professor (que é um pouco perturbado) propôs que se adotasse "o mal absoluto".

O plano do governo era uma repetição da Segunda Guerra do Líbano (o relatório sobre aquela guerra deve ser publicado nos próximos dias). Daquela vez: o Hezbollah capturou dois soldados no lado israelense da fronteira. Hoje: o Hamas dispara contra cidades e vilarejos no lado israelense da fronteira. Daquela vez: o governo decidiu, precipitadamente, iniciar uma guerra. Hoje: o governo decidiu, precipitadamente, impor um bloqueio total. Daquela vez: o governo ordenou um bombardeio em massa contra a população civil para levá-la a pressionar o Hezbollah. Hoje: o governo decide causar um sofrimento em massa à população civil para levá-la a pressionar o Hamas.

Nos dois casos os resultados são os mesmos: a população libanesa não se levantou contra o Hezbollah. Aconteceu exatamente o contrário, todas as comunidades religiosas se uniram em apoio à organização xiita. Hassan Nasrallah tornou-se o herói de todo o mundo árabe. E agora a população se une em apoio ao Hamas e acusa Mahmoud Abbas de colaborar com o inimigo. A mãe em Gaza, que não tem comida para dar aos filhos, não amaldiçoa Ismail Haniyeh, mas sim Olmert, Abbas e Mubarak.

Então, o que fazer? Afinal de contas, não se pode tolerar o sofrimento dos habitantes de Sderot, que vivem sob fogo constante.

O que se oculta da amargurada opinião pública é que se poderia parar o lançamento de Qassams amanhã de manhã.

Há vários meses o Hamas propôs um cessar-fogo. Esta semana repetiu a proposta.

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