Olmert e Binyamin Netanyahu, perigoso para a própria existência de Israel no longo prazo.

O homem encarregado da execução do experimento é o chefe do Estado-Maior do Exército, general Gabi Ashkenazi. Esta semana pudemos ouvir os discursos de dois de seus predecessores, os generais Moshe Ya’alon e Shaul Mofaz, num fórum que teve as mais infladas pretensões intelectuais. Descobriu-se ali que ambos têm ideias que os colocam em algum ponto entre a extrema-direita e a ultradireita. Ambos têm uma mente assustadoramente primitiva. Desnecessário desperdiçar sequer uma palavra sobre as qualidades morais e intelectuais de seu sucessor imediato, Dan Halutz. Se essas são as vozes dos três últimos chefes do Estado-Maior, o que dizer do atual, que não pode falar abertamente como os outros? É possível que essa maçã tenha caído longe da árvore?

Até três dias atrás os generais ainda podiam defender a opinião de que o experimento estaria dando certo. A miséria na Faixa de Gaza atingira o auge. Centenas de milhares de seres humanos estavam ameaçados de fome. O chefe da agência da ONU de apoio aos refugiados palestinos (UNRWA) alertou para uma catástrofe humana iminente. Só os ricos ainda podiam dirigir seus carros, aquecer suas residências e comer decentemente. O mundo assistiu e estalou sua língua coletiva. Os líderes dos Estados árabes enunciaram frases vazias de apoio à população de Gaza, mas não moveram um dedo.

Barak, que tem talentos matemáticos, podia calcular o dia em que a população finalmente entraria em colapso.

E então aconteceu algo que nenhum deles previu, embora fosse o evento mais previsível do planeta.

Quando alguém coloca 1,5 milhão de pessoas numa panela de pressão e não para de aumentar a chama, certamente haverá uma explosão. Foi o que aconteceu na fronteira entre Gaza e o Egito.

Primeiro houve uma explosão pequena. Uma multidão invadiu a passagem na fronteira, os policiais egípcios abriram fogo e dezenas de pessoas ficaram feridas. Foi um sinal de alerta.

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