frustrado, ele abandonou o partido, bateu a porta ao sair e entrou no Meretz. Agora foi praticamente expulso de lá.

Diferentemente de Shulamit Aloni e Yossi Sarid, Beilin não tem intenção alguma de "ir para casa". Seu cérebro fértil já arquiteta novos planos. Em entrevistas recentes, profetizou uma mudança radical na paisagem política e a criação de uma nova força política que reuniria membros dos partidos Kadima, Trabalhista e Meretz. Parece imaginar que esse grupo seria liderado por Olmert e que ele, Beilin, teria uma posição de destaque. Esse novo partido lutaria contra Benjamin Netanyahu e Ehud Barak.

A ideia é interessante, mas suas chances de sucesso são praticamente nulas.

Os problemas de Beilin ultrapassam sua história pessoal. Esses problemas simbolizam a tragédia do campo autodenominado "esquerda sionista". É bem provável que a própria denominação já contenha o problema.

A "esquerda sionista" nasceu há 100 anos e parece que jamais fez uma autocrítica verdadeira. Em sua última entrevista, Beilin utilizou toda a terminologia do establishment sionista. Como todos os outros, chama os combatentes palestinos em Gaza de "terroristas". Em sua escala de valores, "é importante que um menino se torne um soldado valoroso". E, é claro: "Se Israel deixar de ser Estado judeu, deixará de me interessar."

Com essas ideias o campo sionista pacifista não pode ser uma força política militante, nem se envolver em uma luta de oposição verdadeira, nem realizar uma mudança no país. E esse problema vai muito além de ser apenas um dos problemas pessoais de Yossi Beilin.

29/12/2007

240