cessar-fogo. Mas os líderes não se importam com o que está acontecendo à população de Sderot, localizada na "periferia" geográfica e política, longe do centro do país. Essa população não tem qualquer peso político ou econômico. Aos olhos dos líderes, seu sofrimento é, afinal de contas, tolerável. O sofrimento de Sderot também tem um lado positivo muito importante: fornece um pretexto ideal para as ações do Exército.

O objetivo estratégico de Israel em Gaza não é pôr um fim aos Qassams. Seria tudo igual se nenhum Qassam atingisse Israel.

O verdadeiro objetivo é quebrar os palestinos, que significa quebrar o Hamas.

O método é simples, chega a ser primitivo: apertar o bloqueio por terra, mar e ar até que a situação na Faixa de Gaza fique absolutamente intolerável.

O bloqueio total ao fornecimento de mercadorias, exceto um mínimo necessário para evitar a fome, reduziu a vida a um nível desumano. Não há importação nem exportação, a vida econômica está paralisada, o custo de vida subiu muito. O suprimento de combustível foi reduzido à metade e há planos de reduzi-lo ainda mais. O suprimento de água pode ser arbitrariamente suspenso.

A atividade militar está aumentando gradualmente. O Exército israelense faz incursões diárias, utilizando tanques e escavadeiras blindadas, para corroer as margens das áreas não habitadas e arrastar os combatentes palestinos para um confronto. Todos os dias são mortos de cinco a dez combatentes palestinos, além de alguns civis. Todos os dias habitantes são sequestrados para se tentar extrair informações. O objetivo declarado é manter o atrito e o desgaste e talvez também preparar a reconquista da Faixa - embora os chefes militares tentem evitar essa possibilidade a quase todo custo.

Um a um, os líderes e comandantes palestinos estão sendo mortos em ataques aéreos. Cada ponto na Faixa está exposto aos aviões, helicópteros e mísseis israelenses. Uma tecnologia de última geração possibilita localizar os "filhos da morte", os marcados para morrer e

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