cultural e militar de Israel viraria cinza, juntamente com centenas de milhares de judeus. Um segundo Holocausto.
E eis que não há bomba. O malvado Ahmadinejad pode nos ameaçar quanto quiser - simplesmente não tem os meios para nos ferir. Não é uma razão para festejar?
Então, por que parece um desastre nacional?
Qualquer psicólogo de dois neurônios (como eu) poderá dizer que os judeus habituaram-se à ansiedade. Depois de centenas de anos de perseguição, expulsões, inquisição, pogroms e então o Holocausto, temos luzinhas vermelhas de alarme na cabeça, que se acendem ao menor sinal de perigo. Nesse tipo de situação nos sentimos em casa. Sabemos o que fazer.
Mas quando as luzes permanecem apagadas e não se vê sinal de perigo no horizonte, sentimos que algo de suspeito está acontecendo. Algo está errado. Talvez as lâmpadas estejam queimadas. Talvez seja mesmo uma armadilha!
Há um pequeno consolo na nova situação. Enquanto aparentemente o perigo imediato de aniquilação desaparece, surge o sentimento de que ficamos sós e novamente dependemos apenas de nós mesmos.
Esse é outro traço específico dos judeus: enfrentamos o mundo inteiro sozinhos. Como nos dias do Holocausto: todos os goyim nos abandonaram. Cara a cara com o monstro iraniano que ameaça nos devorar, cá estamos nós sozinhos.
Toda a nossa mídia repete isso, em uníssono, como uma orquestra que não precisa de maestro, porque sabe a música de cor.
E verdade, outros povos também podem extrair prazer da solidão. Não esqueço um cartaz britânico colado em nossos muros na Palestina, nos dias sombrios após a queda da França nas mãos dos nazistas, quando a Grã-Bretanha ficou só, na guerra. Sob o rosto sério de Winston Churchill o slogan orgulhosamente proclamava: "Alright then, Alone!"
Mas conosco isso converteu-se quase em ritual nacional. Como costumávamos cantar, nos bons velhos tempos de Golda Meir: "O