mundo inteiro está contra nós/ Esta é uma velha história/... E quem estiver contra nós/ Que vá para o inferno..." Naquele tempo uma das bandas militares chegou a converter essa canção em uma dança folclórica.

Nos últimos anos se criou uma ampla coalizão contra o Irã. A bomba iraniana tornou-se o centro de um consenso internacional, liderado pelos Estados Unidos, reis do mundo. Com a aprovação dos cinco membros permanentes, o Conselho de Segurança da ONU decretou sanções contra Teerã.

Agora, diante dos nossos olhos, essa coalizão está se despedaçando. O presidente Bush está gaguejando. Foi-se o pretexto para um ataque militar ao Irã, sonho do governo israelense e dos neoconservadores. Foi-se também o pretexto para sanções mais duras. Não se sabe, até as fracas sanções existentes podem vir a ser abolidas em breve.

A primeira reação da liderança israelense foi enérgica e decidida: negação total.

O relatório americano está simplesmente errado, proclamou toda a mídia. É baseado em informações falsas. Nossa Inteligência dispõe de dados muito melhores, que demonstram que a bomba está a caminho.

Será? Toda as informações do Mossad são automaticamente transferidas à CIA e fazem parte dos dados em que se baseou o relatório americano. Vale lembrar que a parte divulgada do relatório constitui apenas 3 por cento do documento completo.

Então, as agências americanas de inteligência devem estar mentindo deliberadamente. Não há como escapar da conclusão de que deve haver motivos sombrios por trás de suas conclusões claras. Talvez queiram compensar os relatórios falsos que o presidente Bush utilizou para justificar sua invasão ao Iraque. Naquele caso superestimaram e agora subestimam. Talvez queiram vingar-se de Bush e acreditem que esta seja uma ocasião adequada para isso, desde que ele se tornou um pato manco. Ou estariam se adaptando à opinião pública americana, que não pode suportar mais uma guerra. E, além disso, todos os seus chefes são obviamente antissemitas.

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