estável no Iraque, com a maioria xiita, depende do apoio do governo xiita do Irã. O sonho de Bush de desferir um golpe definitivo contra o Irã, para assim deixar sua marca na história, está virando fumaça.
O que pode Bush fazer para deixar algum legado positivo? A alternativa padrão é a paz entre israelenses e palestinos. Talvez agora ele passe a apoiar mais fortemente a pobre Condoleezza. Talvez ele próprio passe a envolver-se mais na questão. Fato: em breve ele visitará Israel, pela primeira vez desde que entrou na Casa Branca.
Sim, esse esforço não tem muitas chances de sucesso, mas apesar disso as autoridades em Jerusalém estão preocupadas. Só isso que faltava - Bush comportando-se como Jimmy Carter, o antissemita, que dobrou o braço de Begin e o forçou a fazer a paz com o Egito!
Então, o que fazer? Pode-se instruir os diplomatas israelenses no exterior a redobrarem os esforços no sentido de convencer os governos de que a situação não mudou, que se deve combater a bomba iraniana, existindo ou não. Mas digam isso aos russos e aos chineses! Os governos do mundo estão contentes de verem o fim da pressão de Bush - todos, menos o casal Nicolas Sarkozy e Angela Merkel, os novos poodles da Casa Branca, agora que Tony Blair se foi.
A nova situação impõe um dilema espinhoso a Ehud Olmert.
Na volta de Annapolis, Olmert fez algumas declarações surpreendentes. Se a "solução de dois Estados fracassar", disse ele, "o Estado de Israel estará perdido". Ninguém, no campo da paz, jamais se atreveu a ir tão longe.
Olmert acredita no que disse ou está apenas lançando "balões de ensaio" para a mídia? Essa é a pergunta que agora domina o discurso em Israel. Em outras palavras: Olmert está apenas tentando ganhar tempo ou vai realmente trabalhar por um acordo de paz?
Tudo indica que Olmert não pode dar um passo sequer, seja para que lado for. Se tentar levar avante a primeira fase do Mapa do Caminho e desmontar alguns postos avançados dos assentamentos, enfrentará não apenas a oposição determinada dos colonos e seus simpatizantes, e a oposição silenciosa (mas altamente eficaz) dos