militares, mas também os obstáculos por parte de seus parceiros no governo. Antes que seja demolido o primeiro posto avançado sua coalizão governamental terá ruído.

Olmert não conta hoje com qualquer outra possibilidade de coalizão. Ehud Barak tem tentado contorná-lo pela direita e, em situação de crise, não é confiável. O Partido Trabalhista é um corpo caótico, sem espinha dorsal e sem princípios. O encolhido Meretz tem apenas cinco representantes no Parlamento, quatro dos quais disputam entre eles a liderança do partido. Os dez membros das facções árabes (assim chamados, geralmente, apesar de um dos membros do Hadash ser judeu) são vistos como párias e nenhum governo "sionista" poderia ser visto dependendo abertamente do apoio deles. E na própria facção de Olmert há vários membros de extrema-direita que colocariam obstáculos a qualquer esforço de paz.

Nessa situação a tendência natural de um político como Olmert é de não fazer coisa alguma, lançar pronunciamentos à direita e à esquerda (em ambos os sentidos) e tentar ganhar tempo.

Esta semana o governo anunciou planos de construir mais 300 casas no detestável assentamento de Har Homa, próximo de Jerusalém. Para alguém, como eu, que passou muitos dias e noites em manifestações contra a construção desse assentamento específico, essa é uma notícia realmente amarga. Certamente não indica uma mudança para melhor.

Por outro lado, ouvi uma tese interessante de alguém que pertence ao círculo mais próximo de Olmert. De acordo com essa tese, sabendo que vai perder o poder, Olmert pode dizer a si mesmo: se tenho de cair, por que não entrar para a história como alguém que se sacrificou no altar de um princípio elevado, em vez de simplesmente desaparecer como um inútil mercenário político?

Sem outra saída, poderia escolher essa solução - especialmente com sua família imediata o empurrando nessa direção.

Eu avaliaria essa possibilidade como "improvável" - porém, coisas mais estranhas do que essa têm acontecido.

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