No Egito, na Jordânia e na Arábia Saudita, os três países "moderados" (quer dizer, ditaduras pró-Estados Unidos), há um tipo muito original de democracia: toda a oposição política definha nas prisões.
Na Palestina, houve eleições impecavelmente democráticas, realizadas sob estrita supervisão internacional, as únicas eleições democráticas em todo o mundo árabe. Eleições que teriam enchido de orgulho George W. Bush, não fosse o fato de que lamentavelmente o lado "errado", o Hamas, ganhou. Agora, o Serviço de Inteligência do Exército israelense profetiza que o presidente Mahmoud Abbas, favorito de Bush, pode cair imediatamente depois da conferência de Annapolis se, conforme o esperado, a conferência fracassar.
E, agora, é o Paquistão. Parecia que pelo menos naquele país Bush estava colhendo alguns sucessos. Levou de volta Benazir Bhutto, também sua favorita, e tudo parecia andar bem: um regime democrático estava prestes a instalar-se, o presidente parecia pronto para pendurar a farda e formar uma coalizão com Bhutto. Mas, então, uma bomba explodiu perto de seu carro blindado, dezenas de pessoas foram mortas. O presidente-general, que só esperava uma oportunidade como essa, deu um golpe de Estado contra si mesmo e, em vez de sua ditadura moderada, instalou um regime muito mais rígido, uma espécie de versão paquistanesa do governo do falecido Saddam Hussein.
Como nas comédias de Hollywood, George W. Bush lá está, com uma torta de creme escorrendo-lhe pela cara, ridículo.
Nenhum presidente gosta de fazer papel ridículo. Assustador, Ok. Perverso, Ok. Pateta, Ok. Mas ridículo - nunca!
Isso pode ter um impacto direto sobre uma questão que preocupa o mundo todo, inclusive a mim: Bush atacará o Irã?
A tentação já é quase irresistível. Mais um ano e seu mandato estará acabado. Depois de oito anos Bush não tem o que mostrar - exceto uma série de fracassos. Um homem que (como ele diz) mantém conversas diárias com Deus não pode deixar o palco da história dessa maneira.