O presidente do Parlamento convidou-me a participar da sessão especial que lembrou os 12 anos do assassinato de Itzhak Rabin.
Discuti comigo mesmo, se aceitaria o convite ou não.
Por um lado, gostaria de homenagear o homem e o que ele fez em seus últimos anos. Eu gostava dele.
Por outro lado, não sentia nenhuma vontade de ouvi-lo elogiado por Shimon Peres, que alegou ser seguidor do caminho de Rabin, mas enterrou o Acordo de Oslo por pura covardia. Menos ainda me interessava ouvir elogios vindos de Ehud Olmert, um dos líderes da campanha de incitamento contra o Acordo de Oslo e seus autores. Muito menos queria ouvir Binyamin Netanyahu, que discursou na sacada daquele prédio em Jerusalém enquanto participantes do mesmo comício erguiam a imagem de Rabin com uniforme de SS nazista.
Afinal, decidi manter-me afastado daquela orgia de hipocrisia cerimonial. Não fui ao Knesset. Em vez disso, fiquei em casa olhando o mar e pensando sobre aquele homem.
Sobre o jovem Itzhak Rabin, que se alistou no Palmach ("forças regulares", de antes da independência). O comandante que expulsou os árabes de suas casas, na guerra de 1948. O chefe do Estado-Maior que, depois da Guerra dos Seis Dias, nos convocou a honrar o inimigo morto. O primeiro-ministro que fez mais pela educação do que