A mãe de todos os pretextos

Quando ouço falar do "Choque de Civilizações", não sei se devo rir ou chorar.

Rir, porque é um conceito tão tolo. Ou chorar, porque pode levar a desastres incalculáveis.

Sobretudo chorar, pois nossos líderes têm explorado esse slogan como pretexto para sabotar qualquer chance de reconciliação entre israelenses e palestinos. Trata-se de mais um pretexto numa longa lista de pretextos.

Por que o movimento sionista precisou de pretextos para justificar a maneira como tratou o povo palestino?

No início, foi um movimento idealista. Deu grande peso à sua base moral. Não só para convencer o mundo, mas, sobretudo, para acalmar sua própria consciência.

Desde a mais tenra infância estudamos sobre os pioneiros, muitos dos quais filhos e filhas de famílias de alto nível econômico e cultural, que deixaram para trás uma vida confortável na Europa para começar vida nova em um país distante e, segundo os padrões daquele tempo, primitivo. Aqui, em um clima difícil, ao qual não estavam habituados, muitas vezes famintos e doentes, realizaram um trabalho físico extremamente duro, sob um sol brutal.

Para isso tinham de estar absolutamente convencidos da justiça de sua causa. Eles acreditavam não só na necessidade de salvar os judeus

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