É um desastre a divisão dos territórios palestinos em um "Hamastão" na Faixa de Gaza e uma "Fatahlândia" na Cisjordânia.
Desastre para os palestinos, desastre para a paz e, portanto, desastre para os israelenses.
A liderança política e militar de Israel está feliz com a cisão, seguindo a doutrina de "se é ruim para a Palestina, é bom para Israel". Essa doutrina guiou a política sionista desde o primeiro momento. Haim Arlosoroff, o líder sionista assassinado, não se sabe por quem, na praia de Tel Aviv em 1933, já condenara essa doutrina em seu último discurso: "Nem tudo o que é ruim para os árabes é bom para os judeus e nem tudo que é bom para os árabes é ruim para os judeus."
Os palestinos superarão a divisão?
As chances de que a superem parecem diminuir dia a dia. O abismo entre os dois partidos está se tornando cada vez mais largo.
O Fatah, na Cisjordânia, liderado pelo presidente Mahmoud Abbas, condena o Hamas como uma gangue de fanáticos que imitam o Irã e são guiados pelo Irã e que, como os aiatolás, estão levando seu povo na direção de uma catástrofe.
O Hamas acusa Abbas de ser um marechal Pétain palestino, que fez acordo com os ocupantes e despenca pela ladeira escorregadia do colaboracionismo.