Quando meus amigos são tomados pelo desânimo, mostro-lhes um pedaço de concreto pintado que comprei em Berlim.
É um dos restos do Muro de Berlim, que estão à venda na cidade.
Digo-lhes que pretendo, quando chegar a hora, me candidatar a uma franquia para vender pedaços do Muro de Separação.
Às vezes, em palestras para públicos alemães, pergunto: "Uma semana antes da queda do Muro, quantos de vocês acreditavam que isso pudesse acontecer durante sua vida?" Até hoje ninguém levantou a mão.
Mas o Muro de Berlim veio abaixo. Esta semana isso também aconteceu aqui - é verdade, apenas em um lugar, em um pequeno trecho da cerca, depois que a Suprema Corte de Israel decidiu que o governo deve desmontar a barreira (que nesse local consiste de uma cerca, com valas, estradas de patrulha e arame farpado) e deslocá-la em direção à Linha Verde.
A Bíblia nos ordena: "Se cair teu inimigo, não te alegres; se sucumbe, não rejubile teu coração" (Provérbios 24:17). É um mandamento muito difícil de obedecer.
O inimigo, nesse caso, é a "Barreira de Separação". Para nós, é difícil não nos alegrarmos, embora a alegria seja limitada, condicional, pois afinal vencemos apenas uma batalha, não a guerra.