Primeiro, uma parte da terra de Bil’in foi recuperada, mas não toda a terra. A nova cerca ainda estará distante da Linha Verde. A extensão do trecho da cerca que deverá ser desmontado é de menos de 2 quilômetros.
Segundo, Bil’in é apenas uma das muitas aldeias cujas terras foram roubadas por intermédio do Muro.
Terceiro, o Muro é apenas um dos instrumentos da ocupação e a ocupação torna-se pior a cada dia.
Quarto, em muitos outros lugares a Suprema Corte confirmou o traçado da cerca, embora nesses lugares a barreira não tome menos terra palestina do que em Bil’in.
Quinto, também há um lado negativo na decisão da Corte sobre Bil’in: a sentença dá um álibi à Corte, aos olhos do mundo. A decisão confere uma aparente legitimidade a muitos assentamentos em outros lugares. Não se deve esquecer, nem por um instante, que a Suprema Corte é essencialmente um instrumento da ocupação, embora às vezes tente mitigar essa função.
Como que para confirmar isso, a própria Corte se apressou a emitir outra decisão, esta semana, concedendo permissão retroativa a outro assentamento, que também foi construído em terras de Bil’in.
Apesar de tudo isso: nesta luta desesperada, mesmo uma pequena vitória significa uma grande vitória. Especialmente se aconteceu em Bil’in.
Pois Bil’in é um símbolo.
Nos últimos dois anos e meio Bil’in tornou-se parte de nossa vida.
Em Bil’in, todas as sextas-feiras, por 135 semanas, sem exceção, têm havido manifestações contra a cerca.
O que há de tão especial em Bil’in, uma aldeia pequena e remota, de nome desconhecido para muitos?
A luta em Bil’in tornou-se um símbolo por uma rara combinação de fatores:
(a) Persistência. A coragem dos moradores de Bil’in. Em outras aldeias os manifestantes também têm demonstrado coragem, mas