a perseverança incansável dos moradores de BiPin desperta admiração. Semana após semana, eles retomam o protesto contra a cerca. Ativistas foram presos e feridos muitas vezes. A aldeia inteira sofreu com o terrorismo praticado pelas forças de ocupação.

Várias vezes fiquei emocionado ao ver a resistência daquela pequena aldeia. Vi jipes blindados invadindo Bil’in, sirenes guinchando histericamente, policiais fortemente armados saltando dos veículos e jogando granadas de gás e de efeito moral em todas as direções, jovens tentando deter os jipes com os próprios corpos.

(b) Solidariedade. A parceria que se criou entre os três lados que conduzem a luta em Bil’in: os moradores palestinos da aldeia, ativistas israelenses pela paz e representantes do movimento de solidariedade internacional.

Trata-se de um tipo de parceria que não se restringe a discursos grandiosos, ou a encontros estéreis, em hotéis luxuosos no exterior. Foi moldada sob nuvens de gás lacrimogêneo, sob os jatos de canhões de água, sob ataques de granadas de efeito moral e disparos de balas de aço revestidas com borracha. Essa solidariedade se consolidou em ambulâncias do Crescente Vermelho, assim como em prisões militares israelenses. Assim se criaram laços de confiança mútua justamente quando pareciam estar perdidos para sempre.

Desde a morte de Yasser Arafat houve um declínio na cooperação entre os movimento pró-paz israelense e o palestino. Muitos palestinos deixaram de acreditar nos israelenses, que não conseguiram fazer as mudanças esperadas. E muitos ativistas pacifistas israelenses se desanimaram ao ver a realidade palestina. Mas em BiPin a cooperação volta a florescer.

Os ativistas israelenses, liderados pelos corajosos jovens homens e mulheres, do movimento "Anarquistas Contra a Cerca", provaram aos palestinos que podem confiar em seus parceiros israelenses; e os moradores de BiPin mostraram aos seus companheiros israelenses que são parceiros confiáveis e determinados. Sinto orgulho pelo papel que Gush Shalom teve nessa luta.

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