A linguagem da força

Pouco depois de chegar ao poder, Ariel Sharon começou a encomendar pesquisas de opinião. E não divulgava os resultados, guardava-os para si. Esta semana um repórter do canal 10 da televisão israelense teve acesso a algumas daquelas pesquisas.

Entre outras coisas, Sharon queria saber o que o público pensava sobre a paz. Nem sonhava em trilhar esse caminho, mas sentiu que era importante estar informado sobre as tendências da opinião pública.

Naquelas pesquisas, uma das perguntas chegava bem próxima da última proposta de Clinton e da Iniciativa de Genebra: "Você apoia uma paz que inclua um Estado palestino, a retirada de quase todos os territórios ocupados, abrir mão dos bairros árabes de Jerusalém Oriental e desmantelar a maioria dos assentamentos?"

Os resultados foram muito instrutivos. Em 2002, setenta e três por cento! eram favoráveis a essa solução. Nos dois anos seguintes, o apoio diminuiu, mas a solução ainda era aceita pela maioria. Em 2005, o apoio caiu para menos de 50 por cento

O que levou a essa mudança de opinião? -

O repórter descreveu o contexto: em 2002 a segunda Intifada chegou ao auge. Havia ataques frequentes em cidades israelenses, pessoas estavam sendo mortas. A maioria em Israel preferia pagar o preço da paz a continuar sofrendo com o derramamento de sangue

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