Nestes dias quentes e úmidos do verão israelense, é agradável sentir o frescor de Oslo, mesmo que apenas em visita virtual.
Quatorze anos depois de ter sido assinado, o Acordo de Oslo volta a ser debatido: será que foi um erro histórico?
No passado, só a direita dizia isso. Falavam sobre "os criminosos de Oslo", como os nazistas referiam-se aos "criminosos de novembro" (os que assinaram o armistício de novembro de 1918, entre a Alemanha derrotada e os Aliados vitoriosos).
Agora o debate também ocorre na esquerda. Em retrospectiva, alguns esquerdistas atribuem ao Acordo de Oslo a responsabilidade pela situação política sombria dos palestinos, pela fraqueza da Autoridade Palestina e pela cisão entre Gaza e Cisjordânia. O slogan de que "Oslo está morto" pode ser ouvido de todos os lados.
Quanto de verdade há nisso?
Um dia depois do acordo, o Gush Shalom organizou um debate público em uma grande sala em Tel Aviv. As opiniões estavam divididas. Alguns disseram que o acordo era ruim e que não deveria ser apoiado. Outros o consideravam um avanço de dimensões históricas.
Eu apoiei o acordo. Disse à plateia: "É verdade, o acordo é ruim. Olhando apenas para os parágrafos escritos, seria impossível apoiá-lo. Mas, para mim, o que importa não são os parágrafos escritos. Depois