Cisjordânia. Pedimos a Rabin que iniciasse imediatamente negociações sérias, a fim de alcançar o documento final, mesmo antes do prazo para a conclusão do acordo (1999). E, sobretudo, era preciso agir rapidamente para insuflar alma nova em todos os contatos entre Israel e os palestinos e administrar os encontros em um clima de respeito mútuo, olho no olho.
Rabin não seguiu esse caminho. Era, por natureza, uma pessoa lenta e cautelosa, sem tendência para gestos dramáticos (diferentemente de Menachem Begin, por exemplo.)
Comparei-o, naquela época, a um general vitorioso que conseguira romper o front inimigo e então, em vez de despejar todas as suas forças por aquela brecha, permanecia imóvel, possibilitando que seus oponentes se reorganizassem e formassem um novo front. Depois de obter uma vitória contra o "Grande Israel" e derrotar os colonos, Rabin possibilitou que eles iniciassem um contra-ataque, que chegou ao auge em seu assassinato.
O Acordo de Oslo foi feito para tornar-se um ponto de virada histórica. Deveria ter posto um fim ao conflito israelense-palestino, que é um conflito entre uma força irresistível (o sionismo) e um objeto inamovível (os palestinos). Isso não aconteceu. A investida sionista continua e a resistência palestina torna-se mais radical.
É impossível saber o que teria acontecido se Yigal Amir não puxasse o gatilho. Nos tempos de Rabin também foram construídos assentamentos em ritmo frenético e não houve nenhuma tentativa séria de iniciar negociações sérias. Mas as relações entre Rabin e Arafat estavam gradualmente se tornando mais próximas, uma confiança mútua estava sendo estabelecida e o processo poderia ter adquirido ímpeto. Então Rabin foi assassinado e dez anos depois Arafat também foi assassinado.
Mas o problema do Acordo de Oslo vai muito além do destino pessoal de seus criadores.
Na ausência de uma meta clara e consensual, o Acordo de Oslo gerou uma situação quase sem precedentes. Não se entendeu isso naquele momento e ainda não se entendeu isso claramente até hoje.